Composição fabricada na China pela BYD chegará ao Brasil em julho
27/04/2024 – O primeiro trem da Linha 17-Ouro foi entregue ao Metrô de São Paulo na noite desta sexta-feira (26), em evento realizado na cidade de Guang’an, na China, onde foi fabricado. A composição agora será enviada ao Brasil por navio e chegará ao Porto de Santos no mês de julho.
“Hoje é um dia muito feliz para o Estado de São Paulo, que dá mais um passo importante na mobilidade urbana. Esse é o primeiro de 14 trens e é a melhor sinalização que a gente pode dar de que a esperança voltou, que a obra vai se tornar realidade”, afirmou Tarcísio de Freitas, Governador do Estado de São Paulo, que, por meio de vídeo, abriu a cerimônia de entrega que contou com a presença do Presidente do Metrô, Julio Castiglioni.
Também estavam na cerimônia na China, o Vice-presidente da divisão de fabricação de monotrilhos da BYD, Lin Ren, entre outros representantes do projeto BYD Skyrail São Paulo. A entrega do trem foi transmitida ao vivo para uma parte da equipe técnica e para o presidente da BYD do Brasil, Tyler Li, que estavam no Brasil. “A BYD está sempre em busca de projetos desenvolvidos com tecnologia e inovação, mas acima de tudo, que respeitem o meio ambiente e tragam bem-estar para as pessoas. É assim com o monotrilho da Skyrail e todos os produtos da companhia. Acreditamos no Brasil e por isso estamos investindo cada vez mais no país”, destacou Li.
Depois da cerimônia oficial de entrega na China, o trem vai passar por procedimentos de liberação aduaneira e nos próximos dias começa a ser transportado para o Porto de Santos. Quando chegar ao Brasil, seguirá para o Pátio Água Espraiada, em São Paulo, para a montagem e início dos protocolos de testes, que garantem os certificados de segurança e a liberação para a operação, no processo chamado de comissionamento.
Segundo Alexandre Barbosa, diretor técnico da BYD Skyrail São Paulo, “É um projeto que envolve muita dedicação de toda a equipe, tanto aqui na China quanto no Brasil. Temos muito orgulho de tudo que temos desenvolvido e a certeza de que vamos contribuir para a melhoria da mobilidade da maior cidade do país”.
Essa primeira composição entregue ontem na China faz parte de um lote de 14 unidades encomendadas pelo Metrô de São Paulo junto à BYD, que as fabrica na China. O cronograma estabelecido define a chegada do segundo trem ainda este ano e os demais sendo entregues no Brasil gradativamente em 2025.
As composições foram projetadas exclusivamente para atender ao projeto da Linha 17-Ouro, com o modo de operação automática (UTO), utilizando tecnologia de Sistema de Controle de Monitoramento de Trens (TCMS) e sistema de sinalização CBTC, que, por meio de comunicação via rádio digital, forma blocos móveis entre os trens, permitindo maior aproximação entre eles e a redução do intervalo de circulação.
Cada composição do monotrilho é formada por cinco carros, sendo que os carros de extremidade contam com 21 assentos cada e os carros intermediários contam com 24 assentos cada, totalizando 114 assentos e com capacidade total para 616 passageiros, incluindo assentos prioritários e áreas para deficiente. A composição possui passagem livre entre os carros, sistema de ar-condicionado, iluminação LED, câmeras de vigilância, sistema de detecção e combate a incêndio, sistema de comunicação audiovisual aos passageiros, com mapa de linha dinâmico e intercomunicador para contato ao Centro de Controle Operacional (CCO).
O veículo mede 3,2 metros de largura, os carros de extremidade possuem 13,5 metros cada e os intermediários medem 10 metros de comprimento cada, além da área de passagem 0,95 metros, totalizando 60,8 metros de comprimento. Cada carro possui quatro portas (duas em cada lado) medindo 1,6 metros de largura que respeitam as normas e critérios de acessibilidade. As paredes laterais estão equipadas com janelas panorâmicas, proporcionando excelente visualização do entorno do trajeto e janelas tipo basculantes, que podem ser abertas caso necessário, garantindo ventilação de emergência para os passageiros.
O monotrilho opera sobre vigas de concreto de 800mm de largura e possui dois truques por carro, sendo cada um equipado com um motor de tração, duas rodas de carga, quatro rodas guia e duas rodas estabilizadoras. Opera com uma tensão nominal de 750 Vcc, com velocidade operacional de 80 km/h e está equipado com baterias de tração, que funcionam como fonte de energia reserva para o veículo, garantindo assim que o trem chegue à próxima estação, mesmo que haja interrupção no fornecimento de energia, proporcionando uma segurança maior para o usuário em caso de emergência operacional.
Implantação da Linha 17-Ouro
O Metrô retomou a construção da Linha 17-Ouro em setembro do ano passado e vem avançando nas obras com mais de mil pessoas envolvidas. Recentemente a empresa concluiu o lançamento de vigas, por içamento, da via de operação comercial, e há atividades de fabricação das vigas do Pátio, além da montagem dos aparelhos de mudança de via neste local.
Também são feitos os acabamentos e ajustes das estações, além da fabricação de estruturas metálicas, passarelas e esquadrias para fechamento. Em paralelo, ocorrem as atividades para a instalação de sistemas, com a colocação de dutos e cabeamento de alimentação elétrica, assim como o uso de um carrinho que percorre as vias para a instalação dos trilhos de captação de energia, além de trabalhos na China, como a fabricação de portas de plataforma e subestação primária isolada a gás; na Alemanha, Hungria e Espanha – para a fabricação de seccionadoras de energia, grupos retificadores, máquina de lavar trens e outros equipamentos.
A meta é concluir a obra bruta até o final de 2025, permitindo o avanço da instalação de sistemas para a abertura da linha em 2026, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos e beneficiar a 100 mil pessoas diariamente.